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Recentemente, um estudo publicado no periódico médico Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, revelou um aumento significativo no número de pessoas com autismo nos Estados Unidos. Entre 2000 e 2016, a incidência da doença cresceu cinco vezes no país.
Apesar de ainda não haver um consenso sobre as causas desse aumento, os pesquisadores apresentam algumas hipóteses. Entre elas, destacam-se o maior conhecimento dos médicos sobre o autismo, o aumento do acesso da população a diagnósticos, o envelhecimento dos pais e até mesmo uma possível “afrouxamento da definição da doença”.
No Brasil, embora ainda faltem estatísticas concretas sobre o tema, o neurologista Erasmo Casella, do Hospital Albert Einstein, aponta que tem observado um crescimento expressivo de casos de autismo no país. Ele cita dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que demonstram um aumento exponencial no número de diagnósticos.
Além disso, o psiquiatra norte-americano Allen Frances, em uma entrevista ao jornal New York Post em abril, se mostrou como um profissional dissidente. Ele admitiu ter contribuído para o “afrouxamento da definição de autismo” por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria. Frances acredita que essa mudança no padrão de diagnóstico resultou em uma conversão diagnóstica excessiva de transtornos autistas em crianças e adultos.
O estudo e a análise de especialistas destacam a importância de um entendimento mais profundo sobre o autismo, suas causas e aprimoramento dos critérios diagnósticos. Esse conhecimento é fundamental para proporcionar um tratamento adequado e um melhor acompanhamento das pessoas com autismo.
Referência do artigo: https://doi.org/10.1542/peds.2022-056594
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